sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Freguesias reivindicam nome de afluente do Lima

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Nasce na serrana freguesia de Labrujó e percorre perto de 20 quilómetros, até encontrar o Lima, junto à vila de Ponte de Lima. Pelo meio, atravessa meia dúzia de localidades, que tanto o chamam pelo nome da terra onde nasce assim como pelo de uma das freguesias que cruza, a Labruja. Placas identificativas instaladas nas recentes vias-rápidas que atravessam a região, como a A3 e a A27, realçam a segunda hipótese, ao baptizar o curso de água por rio Labruja. Porém, várias são as vozes que se erguem contra o topónimo, reivindicando a restauração do nome que, afiançam, o afluente do Lima sempre conheceu rio Labrujó. Autarca de Cepões e um dos mais acérrimos defensores da restauração do nome do rio, João Cunha é, também, apologista da criação de associação que congregue os interesses tanto das freguesias banhadas pelo curso de água como pelas que lhes são vizinhas, casos de Calheiros e Vilar do Monte. Quanto ao nome do rio, não tem dúvidas: "O rio sempre se chamou Labrujó. Depois do 25 de Abril é que apareceram pessoas a dizer que o nome do rio é Labruja. Daí esse nome aparecer em diversos locais. Até nas auto-estradas. Mas temos os documentos comprovativos de que esse não é o nome verdadeiro, mas sim Labrujó. O que sucede, de igual modo, com o Plano Director Municipal de Ponte de Lima, que dá ao rio o nome da freguesia onde nasce". No site que a freguesia de Cepões tem na internet, a Junta refere-se, de igual modo, ao curso de água como dos mais idílicos pontos da localidade, aspectos estes que poderiam ser valorizados caso se avançasse para a criação de uma associação de freguesias, aponta João Cunha. "Era muito bom que este projecto avançasse. Poderíamos, assim, reivindicar mais investimentos", realça. A reivindicação do autarca de Cepões é música para os ouvidos do homólogo de Labrujó, José Oliveira, cujo Executivo "há muito que reivindica" pela restauração do nome do curso de água, que nasce no lugar de Fonte Fria, na localidade, situada nos limites do concelho com o de Arcos de Valdevez. Porém, confidencia que a pretensão "poderá ferir algumas susceptibilidades". Autarca de Labruja, Manuel Amorim não hesita ao afirmar que a freguesia a cujos destinos preside e o rio que a atravessa "têm o mesmo nome". A propósito, assinala que o curso de água resulta "do encontro do rio Labrujó com outro rio", junção essa que, segundo refere, "se verifica em Rendufe (a montante da Labruja)", afirmando desconhecer o motivo que leva o rio a ostentar o epíteto "Labrujó" em Cepões (a jusante da Labruja).
Jornal de Noticias, 13/11/2007 (Luis Henrique Oliveira)

1 comentários:

Paulo Barreiro de Sousa disse...

Boa noite,

É uma pena que não seja reposta a verdade sobre o verdadeiro nome deste afluente.

Uma das fontes de informação que poderá ser útil para clarificar esta situação é o Tombo da freguesia de Labrujó (data de 1768?), penso que o original encontra-se no Arquivo Distrital de Braga.

O Tombo de Rendufe data de 1768. Consultar: http://rendufe.blogspot.com/2006/02/descrio-geogrfica.html

Um abraço,

Paulo Sousa