segunda-feira, 3 de abril de 2006

A batalha da Travanca (Lenda)

A batalha da Travanca iniciara-se a 9 de Agosto, ficando indecisa. Na noite de 9 para 10 aparecem iluminadas, miraculosamente, os galhos do gado manadio, que pastava no monte e que, então, costumava ser muito numeroso.
O inimigo, observando o estranho caso, supôs serem soldados portugueses com luzes; e intimidado com tamanho exército, bateu em retirada, no dia 10, sempre acossado pelos nossos.
Foi São Lourenço, continua a lenda, que, por esta forma, quis assinalar o dia que a igreja lhe consagra (10 de Agosto), manifestando-se a favor dos portugueses.

4 comentários:

Anónimo disse...

Boa! assim valoriza-se uma localidade... o passado tem valor quando trás mais valias e ensinamentos no presente!

Anónimo disse...

....os combates de Travanca foram precedidos, acompanhados e seguidos de importantes evoluções táctico-estratégicas pelos montes deste Concelho e pelos vales do Minho e do Vez; que os habitantes de Coura, capitaneados por António Pereira da Cunha, não só secundaram, brilhantemente, as tropas de linha, mas empregaram, durante alguns meses, os mais generosos esforços para sustentar as mesmas tropas; que morreram cerca de 1 500 inimigos; que o quartel general do Conde do Prado se achava instalado na Boulhosa sobre o Estremo a 28 de Julho; que no relatório deste dia participou ao Conselho de Guerra a ocupação daquela posição para "cobrir todas as freguesias de Coura, sem os quais se não pode sustentar o exército"; que em 2 de Agosto estava o quartel general em Paredes, tendo esta data o relatório de um pequeno combate junto à Gandra de Prozelo, nos Arcos, e bem assim das providências adoptadas para cobrir Coura e Valença, visto Pantoja aproximar-se do Estremo; e, finalmente que foi em Paredes de Coura que o Conde escreveu o relatório dos referidos combates da Travanca".
Não há informações minuciosas dos combates propriamente ditos. Restam-nos apenas as "Consultas" ao Conselho de Guerra de 1662 (Torre do Tombo) e notícias avulsas.

Anónimo disse...

"Na noite de 9 para 10 aparecem iluminadas, miraculosamente, os galhos do gado manadio, que pastava no monte e que, então, costumava ser muito numeroso. O inimigo, observando o estranho caso, supôs serem soldados portugueses com luzes; e intimidado com tamanho exército, bateu em retirada, no dia 10..."

Essa situação é retirada de uma das mais famosas batalhas da antiguidade na Peninsula Itálica.

Anónimo disse...

De facto... a lenda é inspirada na batalha de Trasimeno, em Itália, quando Anibal Barca conseguiu fazer o seu exército, encurralado num vale, escapar ao cerco imposto pelo consul romano Flamínio. A coberto da noite, Aníbal mandou atar estopas a arder aos chifres de uma imensa manada de gado que debandou pelo desfiladeiro de acesso ao vale, confundindo os romanos. Entretanto o exército cartaginês contornava as posições romanas a meia enconsta e escapava.
A batalha da Travanca (ou as duas tentativas de assalto pelo exército espanhol às posições da artilharia portuguesa aí situadas) foi um grande feito das nossas armas: uma relação de 1/10 em número de baixas entre os dois exércitos.De qq forma, os espanhois não tinham outra hipotese. A nossa artilharia fustigava todo o vale do coura e a extensão e orientação da crista da montanha (da Travanca e do Corno de Bico) expunha os espanhois ao nosso fogo constante, enquanto tentavam contornar a posição e prosseguir para sul com a invasão... Quando se tornou insustentável o n.º de baixas na coluna em marcha e insuficientes as escaramuças provocadas pelos batedores para incomodar o nosso exército, atacaram e perderam, como de costume por sinal. Ao alcance da nossa artilharia, com a retaguarda acossada pela nossa cavalaria, não lhes restava mais que retirar e queimar as vilas à sua passagem (como a Barca).
Parafraseando um filme portugês dos anos 40, vinte mil espanhois são muitos espanhois, mas nove mil portugueses também são muitos portugueses... e mil courenses são um exército temível. LOL!